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sexta-feira, 10 de junho de 2011


AMAZÔNIA JORNAL
Catadores promovem caminhada para marcar dia nacional da categoria


Edição de 08/06/2011
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Cerca de 100 catadores participaram da caminhada que marcou o Dia Nacional do Catador, ontem. A passeata teve início na praça da Leitura, em São Brás, e terminou na sede da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), onde ocorreu a cerimônia de lançamento da rede Recicla Pará, que vai organizar 13 cooperativas e associações de reclicagem de todo o Estado do Pará. A partir da rede, o trabalho de mais de 600 catadores será feito de maneira coletiva, o que facilitará a obtenção de uma economia solidária em torno da reciclagem. Agora, o próximo passo do Recicla Pará será investigar quais os municípios paraenses que possuem cooperativas e associações de catadores para integrá-los ao movimento.
Segundo o diretor executivo da Recicla Pará, Marcelo Rocha, a rede vai contribuir para que as cooperativas e associações de catadores se tornem um movimento organizado dentro do Estado. "A partir de agora todas as cooperativas vão trabalhar de maneira coletiva e não mais de forma isolada como vinha sendo feito", frisou.
O títular lembrou que não existe nenhuma legislação específica que ampare o trabalho dos catadores de lixo, mas afirmou que a Recicla Pará vai trabalhar conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que prevê que a coleta seletiva dê prioridade aos catadores. No Brasil, onde se produz 183 toneladas de lixo por dia, aproximadamente um milhão de pessoas que trabalham na coleta seletiva deverão ter a renda otimizada em virtude da PNRS.
"Nos municípios onde houver cooperativa nós iremos trabalhar de maneira integrada para sejam elaborados Planos de Gerenciamento para os resíduos sólidos", disse Marcelo. "Segundo a PNRS, município, Estados e União vão trabalhar de forma integrada na reciclagem do lixo". De acordo com dados do Ministério de Meio Ambiente, o Brasil desperdiça por ano R$ 8 bilhões por não reciclar o lixo.
Outras entidades também participaram da caminhada do Dia Nacional do Catador, entre elas a ONG No Olhar, que destina aos catadores tudo o que arrecada em seu Ponto de Entrega Voluntária (PEV), localizado na rua Riachuelo. "Este é um momento em que a gente quer mudar o olhar das pessoas sobre a questão dos resíduos sólidos. Nem tudo o que se joga no lixo, é lixo. Existem materiais que geram renda", ressaltou a presidente da ONG, Patrícia Gonçaves.
Patrícia também comentou a situação em que se encontram, hoje, as cooperativas de catadores e reforçou a rede Recicla Pará deverá vai fortalecer o movimento dos catadores. "Eles trabalham sem nenhum apoio e sem a infraestrutura necessária. Alguma associações não têm nem sede própria, nem carros para transportar o material a ser coletado. Algumas vezes eles são obrigados a mergulhar no lixo para realizarem o trabalho deles", descreveu.
No final da programação, os representantes das cooperativas e associações avaliaram positivamente a criação da rede. Vieram catadores de Curuçá, Abaetetuba, Bragança, também da região do Marajó e do Baixo Tocantins, além de trabalhadores da Região Metropolitana de Belém.











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